4 marcas de moda nacional autoral que eu amo e que vale a pena você conhecer

se você busca moda com identidade e autenticidade, essa lista é para você.

na minha última newsletter, falei sobre o efeito manada no consumo de moda e como muitas marcas hoje em dia parecem cópias umas das outras. mas isso não significa que não existam nomes incríveis por aí — pelo contrário. estamos cercados de designers e marcas autorais que estão fazendo um trabalho impecável.

hoje quero compartilhar com vocês 4 marcas nacionais que eu amo. marcas que me inspiram, que trazem aquele frescor e que, acima de tudo, têm uma autenticidade palpável. então se você está em busca de um consumo ou olhar mais consciente, essa lista é para você, pega uma água, se acomode e venha comigo!

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ps: leia com atenção pois tem palavras e frases clicáveis com links para as redes sociais das marcas e conteúdos citados.

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MUNIRA

desenvolvida pela estilista, modelista e costureira Dani Munira, a Munira é uma marca autoral com base em Salvador, com uma abordagem que une moda, afeto e identidade local. conheci a marca pela campanha de dia dos namorados, intitulada "as que amam demais", e foi impossível não me apaixonar. adoro descobrir marcas que constroem sua narrativa a partir de vivências reais e referências culturais, e no fashion film da campanha, essa essência baiana e brasileira fica evidente.

a coleção cápsula do drop de inverno de 2024, "entrelinhas", reforça ainda mais essa conexão com o afetivo e o nacional. Dani Munira trouxe como principal inspiração sua avó, Maria Neyde, o que transparece na presença marcante de técnicas manuais em suas peças, como crochê e fuxico. além disso, a escolha de tecidos tradicionais, como a renda, aparece de forma sofisticada e simbólica, inclusive em adornos de cabeça usados no styling da campanha.

o que me encanta na Munira é a maneira como a marca consegue reinterpretar tendências sem cair em uma estética saturada. um ótimo exemplo disso é a saia balonê — silhueta que marcou a moda infantil dos anos 2005-2010 e voltou como desejo no segundo semestre de 2024. no entanto, a abordagem da Munira é diferente: a peça surge menos volumosa e caricata, mais romântica trazendo um toque contemporâneo e mais usável, provando que dá, sim, para brincar com tendências sem abrir mão de identidade e originalidade.

a Munira já começou 2025 com novidades: a cápsula liger e a coleção de verão "black Bahia", que seguem reforçando a identidade autêntica da marca. para quem se interessou, recomendo dar uma olhada no site e no instagram da Munira para explorar essas criações de perto.

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DIP COMPANY

DIP é uma marca curitibana de streetwear que une identidade brasileira a uma estética cosmopolita, explorando elementos e técnicas de design gráfico. a marca se destaca pelo uso criativo de sua logo, aplicando-a de diversas maneiras em suas peças, brincando com tendências de uma maneira autêntica.

com um olhar contemporâneo e autoral, a dip busca conectar uma comunidade criativa através da moda, valorizando narrativas e um design que equilibra funcionalidade e originalidade. suas peças de destaque são as baggy calças com ajustes manuais na barra, calças retas que se transformam em flare ao abrir um zíper e diversos modelos de jorts, de moletom e tactel, com bolsos grandes e caimentos amplos ou retos, criando silhuetas que jogam com volume e proporção, sem se limitar ao streetwear masculino tradicional.

como uma marca slow fashion, cada peça é feita sob encomenda, modelada e costurada pelo próprio designer, Pedro. além disso, toda a produção dos ensaios e materiais audiovisuais é conduzida por ele, com o apoio de amigos e colaboradores próximos. essa dedicação artesanal transparece no resultado final, tornando cada peça ainda mais especial e exclusiva, visto que seus lançamentos são curtos e as peças limitadas.

minha composição favorita vem do fashion film "a brasilidade & dip company", onde Pedro roteirizou e dirigiu um audiovisual para relançar a camiseta brasilidades — uma peça que brinca com uma das logos da marca em busca de celebrar o orgulho nacional. no styling, a camiseta aparece combinada a outras peças-chave do último lançamento, destacando as silhuetas volumosas que são assinatura da marca. no roteiro, vemos a comunidade cosmopolita que a dip visa criar interagindo entre si, dando vida ao conceito que sustenta a marca.

dando um pequeno spoiler: a Dip Company já está trabalhando em seu primeiro lançamento de 2025. vale acompanhar as redes sociais da marca e ficar de olho no que vem por aí.

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FOUR FINGERS

four fingers, criada pela designer e crocheteira Camy, tem sua base em Floripa e carrega um lema que diz tudo: “sustentabilidade é o nosso babado!”.

trabalhando exclusivamente com peças em crochê e alguns acessórios também feitos a mão, a marca ressignifica essa técnica artesanal com um olhar fresco e fashionista, misturando o tradicional ao contemporâneo sem esforço. o crochê, que carrega um histórico de trabalho manual e afeto, ganha aqui uma abordagem atual, ousada e vibrante, provando que a moda artesanal pode ser tudo menos antiquada.

além do design marcante, a marca construiu uma comunidade fiel no instagram, onde sua comunicação ativa e bem gen z transforma cada lançamento em um evento. suas campanhas são divertidas, dinâmicas e traduzem aquele desejo instantâneo de vestir as peças e incorporar as personas femininas trazidas pela marca. sabe aquela sensação de entrar em um corredor cheio de brinquedos, bonecas e barbies quando criança, querer tudo e ser tudo ao mesmo tempo? é exatamente isso que sinto ao explorar o feed da marca, quero ser A garota FF.

o styling brinca com composições que fazem o crochê sair do óbvio, com aplicações de pedras e metais nas peças, em looks urbanos e casuais sem perder a identidade cool e divertida. tudo isso somado ao compromisso com uma moda mais sustentável e autoral, que valoriza processos manuais e desacelera o consumo frenético.

minha peça favorita da marca – e a que me fez conhecê-la – é, sem dúvida, a saia viajante, um projeto inspirado no filme quatro amigas e um jeans viajante. a saia midi de crochê, repleta de lacinhos, pedrarias e metais, é um charme por si só, mas o que a torna realmente especial é sua proposta: viajar pelo mundo, passando por diferentes garotas selecionadas pela marca. cada uma fica com a peça por alguns dias, cria seus próprios looks e depois a saia retorna para compartilhar sua história no instagram.

esse quadro é simplesmente genial e mostra como a four fingers constrói sua relação com a comunidade, gerando desejo pela peça de forma orgânica. além disso, traz um olhar sustentável ao explorar a rotatividade de uma única peça que pode compor milhares de combinações sem perder seu valor – tudo isso enquanto mantém viva a tradição do crochê, mas com um toque moderno e narrativas envolventes, tornando a FF um mood.

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CARDAPÊ

se tem uma coisa que a Cardapê faz de forma impecável, é traduzir a autenticidade e a afetividade gaúcha para o universo da moda, e isso é muito bonito de se perceber nas composições da marca. criada por um designer natural do rio grande do sul, carregando em suas peças a essência de uma cultura rica, com uma forte conexão com o artesanal e a alfaiataria. cada produto da marca reflete o afeto do seu criador pela sua terra, pelas memórias e pelas tradições que marcam a sua história.

iniciando sua trajetória com bonés clássicos e agora expandindo para as bolsas, a Cardapê aposta em um trabalho minucioso que resgata técnicas manuais e os detalhes da costura tradicional, referenciando a indumentária gaúcha e criando peças de design autêntico.

o que me chama muita atenção é a forma como ela consegue, com delicadeza, trazer para o presente a memória afetiva do seu fundador, sem jamais cair no lugar-comum. cada produto é como uma tela que conta uma história, e é isso que torna a marca tão especial. aprecio a maneira sutil com que a Cardapê passeia por tendências, sem ser óbvia, alinhada com sua narrativa enquanto marca, criando um ecossistema que funciona.

o uso de uma silhueta clássica de boné, estampas florais envelhecidas, lã, xadrez, tiras de couro e a composição visual dos editoriais nos evocam uma nostalgia que se conecta diretamente com a cultura e o imaginário gaúcho. a marca consegue, assim, brincar com elementos tradicionais e dar-lhes uma nova vida, sem perder a essência de sua história. Cardapê é, acima de tudo, uma marca que entende a importância de preservar a memória afetiva enquanto se propõe a contar novas histórias, e isso é uma das coisas que mais admiro e aprecio em marcas.

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se você chegou até aqui parabéns, sério. eu sei que escrevo muito mas não tenho o que fazer, esse é o meu jeitinho. espero que essas marcas tenham despertado algo em você, assim como despertam em mim. quem sabe numa próxima eu venha trazer mais marcas que falam direto com o meu coração. até lá, agradeço sua leitura e me conta nos comentários o que achou!

☆.。.:・beijinhos °☆.。.: